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Outros Cadernos de Saramago

Outros Cadernos de Saramago

Hoje em dia, o ser humano é a mais dispensável de todas as coisas. Que pensem nisso os que nos atormentam os ouvidos com hipócritas prédicas sobre a eminente dignidade do ser humano.

 

Contrapunto de América Latina, Buenos Aires, n.º 9, Julho-Setembro de 2007

In José Saramago nas Suas Palavras

 

27 Dez, 2011

Estado-Providência

O “Estado-Providência" é mais retórica política do que realidade social. O Estado-Providência esteve ligado à superprodução de bens de consumo de todo o tipo e isso não é um Estado-Providência. A linguagem serve para tudo e serve, muitas vezes, de máscara para a realidade.

 

Público, Madrid, 20 de Novembro de 2008

In José Saramago nas Suas Palavras

 

15 Dez, 2011

Dois mais dois

As pessoas gostam de ser convencidas de que dois mais dois são cinco. E se aparece alguém a dizer que são quatro, é um herege. Ou um desmancha-prazeres. Sobretudo, um desmancha-prazeres.

 

Visão, Lisboa, 6 de Novembro de 2008

In José Saramago nas Suas Palavras

 

14 Dez, 2011

Adormecidos

O que há é um adormecimento a todos os níveis da sociedade. Este sistema adormeceu-nos. E agora ri-se simplesmente de nós.

 

Jornal de Notícias, Porto, 5 de Novembro de 2008

In José Saramago nas Suas Palavras

 

O tempo das verdades plurais acabou. Agora vivemos no tempo da mentira universal. Nunca se mentiu tanto. Vivemos na mentira, todos os dias.

 

Tabu, Lisboa, nº 84, 19 de Abril de 2008

In José Saramago nas Suas Palavras

 

Vivemos num sistema de mentiras organizadas, entrelaçadas umas nas outras. E o milagre é que, apesar de tudo, consigamos construir as nossas pequenas verdades, com as quais vivemos, e das quais vivemos.

 

Tabu, Lisboa, nº 84, 19 de Abril de 2008

In José Saramago nas Suas Palavras

 

As indústrias culturais do nosso tempo, servidas por máquinas de promoção e propaganda, direccionadas para tácticas e estratégias de proeminência ideológica que, de alguma forma, tornam obsoleto o recurso às acções directas, vêm reduzindo os países menores a um mero papel de figurantes, induzindo-os a um primeiro grau de invisibilidade, de inexistência.

 

José Saramago. Una mirada triste y lúcida, Madrid, Algaba Ediciones, 2007

In José Saramago nas Suas Palavras

 

Introduziu-se nas nossas mentes essa ideia nova de que se não consomes não és nada. Se não consomes, tu não serás ninguém. E serás tanto mais quanto mais fores capaz de consumir. A partir do momento em que o ser humano se vê a si mesmo como um consumidor, todas as suas capacidades diminuem, porque todas vão ser postas ao serviço de uma maior possibilidade de consumir.

 

La Jiribilla, Havana, 22 de Setembro de 2007

In José Saramago nas Suas Palavras