Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Outros Cadernos de Saramago

Outros Cadernos de Saramago

27 Out, 2010

A liberdade

A liberdade não é mulher que ande pelos caminhos, não se senta numa pedra à espera de que a convidem para jantar ou para dormir na nossa cama o resto da vida.In Levantado do Chão, Ed. Caminho, 18.ª ed., p. 312

O que devemos ter em conta é que não se pode esperar que uma sociedade descomprometida ― como o é a sociedade do nosso tempo ― fabrique, por assim dizer, uma literatura [...] Uma literatura de compromisso é cada vez mais necessária; e embora não se trate de um compromisso político, é importante que tenha, sim, um compromisso ético.“A los que mandan en este mundo no les importa la domocracia’, dice Saramago”, Perfil, San José de Costa Rica, 17 de Junho de 1998In José Saramago nas Suas Palavras

Se o medo, a apatia e a resignação vão ser as constantes deste imenso rebanho da espécie humana, a democracia não tem nenhum instrumento para controlar os abusos do implacável poder económico e financeiro, que comete crimes horríveis. Se não há instrumentos, como se pode continuar a chamar democracia? É uma democracia de mãos e pés atados.“El paso del gran pesimista”, Semanario Universidad, San José de Costa Rica, 30 de Junho de 2005In José Saramago nas Suas Palavras

Não sou niilista, sou simplesmente relativista. André Compte-Sponville, no seu Dicionário Filosófico, coloca as coisas no seu lugar: o niilismo é a filosofia da preguiça ou do nada, o relativismo é a filosofia do desejo e da acção. Os que dizem que sou um niilista não sabem ler ou, se o sabem, não entendem o que lêem.“Soy un relativista”, Vistazo, Guayaquil, 19 de Fevereiro de 2004In José Saramago nas Suas Palavras
20 Out, 2010

Um não colectivo

Quem pensa sabe dizer não e essa palavra constitui uma revolução, mas esse não tem um sentido quando se trata de um não colectivo, de uma vontade colectiva. Não obstante, todos sabemos que também o não se corrompe, se acomoda e se converte pouco a pouco num sim. Quando isso ocorre, não há mais remédio que não seja voltar a dizer outra vez não.“El pensamiento correcto es un veneno social”, Gara, San Sebastián, 22 de Novembro de 2001In José Saramago nas Suas Palavras
19 Out, 2010

Um não

Embora não sejamos possuidores da verdade, porque isto não existe, somos os que dizemos a palavra não. O sim é rotineiro, está sempre ali. Há que introduzir um não para enfrentar o sim, que é o consenso hipócrita em que mais ou menos estamos a viver.“Saramago según Saramago”, Revista Tres, Montevideo, 18 de Setembro de 1998In José Saramago nas Suas Palavras

Pág. 1/3