Viver em Lanzarote é, afinal, viver num bairro de uma grande ilha que é o pequeno mundo em que todos vivemos.Armando Baptista-Bastos, José Saramago. Aproximação a um Retrato, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1996In José Saramago nas Suas Palavras
Digamos, para não dramatizar as coisas, que Lanzarote apareceu quando eu mais precisava de um lugar assim.Cambio 16, Lisboa, 9 de Agosto de 1993In José Saramago nas Suas Palavras
Nós somos, mulheres, verdadeiramente, o cordeiro que tirará o pecado do mundo, no dia em que isto for compreendido vai ser preciso começar outra vez tudo.In Memorial do Convento
Sempre fico espantado diante da liberdade das mulheres. Olhamo-las como a seres subalternos, divertimo-nos com as suas futilidades, e cada uma delas é capaz de subitamente nos surpreender, pondo diante de nós extensíssimas campinas de liberdade.In Manual de Pintura e Caligrafia
Sinto que as mulheres são, em regra, melhores do que os homens. É como se o homem tivesse renunciado ao ponto de vista viril, marialva, e depois não soubesse muito bem como é que havia de ser. A mulher, ao mesmo tempo que já está a ser, está sempre para ser.Jornal de Letras, Artes e Ideias, Lisboa, nº 227, 10-16 de Novembro de 1986In José Saramago nas Suas Palavras
O que é curioso é que, ao mesmo tempo que nos ampliaram o conceito de cidadania, transformando-nos em cidadãos europeus, reduziram a quase nada o carácter participativo e efectivo que justifica que cada um diga de si próprio que é um cidadão.Carlos Reis, Diálogos com José Saramago, Lisboa, Caminho, 1998In José Saramago nas Suas Palavras
Não distingo entre a aura da música e a aura da palavra. Falar não é mais do que fazer música.Expresso, Lisboa, 8 de Novembro de 1986In José Saramago nas Suas Palavras
O Gabriel García Márquez dizia que escrevia para que gostassem dele. É possível. É mais exacto dizer que a gente escreve porque não quer morrer. Ser amado pelo outro não está na nossa mão; podemos escrever para que isso aconteça, e depois acontecerá ou não. Já que temos que morrer, que alguma coisa fique. Não é imortalidade... isso seria um disparate. Trata-se de um reconhecimento por algum tempo mais.Público (Ípsilon), Lisboa, 7 de Novembro de 2008In José Saramago nas Suas Palavras