15 Abr, 2009
Colômbia em Lanzarote
Veio na pessoa de um dos seus mais dignos representantes: o cidadão e ex-deputado Sigifredo López Tobón, libertado há dois meses de um cativeiro que durou quase sete anos, nas duríssimas condições da selva colombiana e do desumano tratamento imposto pelas FARC aos sequestrados. Sigifredo López fazia parte de um grupo de doze deputados capturados pela guerrilha colombiana, dos quais onze vieram a ser assassinados recentemente. Sigifredo escapou por casualidade, tinha sido apartado por um acto de indisciplina. Este homem tem todas as razões para odiar o mundo e os seus verdugos, e, contudo, não levanta a voz para narrar os seus sofrimentos pessoais (para ele o que menos importância tem), mas não pode dominar-lhe a tremura quando descreve as horrendas acções das FARC, os assassinatos, as torturas, como a daqueles vinte e dois militares que há doze anos se encontram acorrentados a árvores…A sala da Fundação César Manrique não tinha um lugar vago, havia pessoas de pé. Durante quase duas horas vivemos numa contínua emoção, intraduzível em palavras. Houve quem chorasse, pelo choque insuportável das revelações monstruosas que nos estavam a ser feitas, mas também (pelo menos foi o meu caso) pela tristeza infinita de que somos assim e de que não há remédio nem salvação para nós. Alguém seria capaz de imaginar que os paramilitares matavam, ou continuam a matar pessoas pelo processo de cortar-lhes os membros com uma moto-serra? [vodpod id=Groupvideo.2364412&w=425&h=350&fv=viewcount%3Dtrue%26amp%3Bautoplay%3Dfalse%26amp%3Bbrand%3Dembed%26amp%3B]Notícias sobre o encontro:LUSAEl País, ColômbiaLa Província, Las PalmasEl Espectador