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Outros Cadernos de Saramago

Outros Cadernos de Saramago

11 Fev, 2011

Ver e sentir

[Viagem a Portugal] é um livro lento, de 400 páginas, menos lento do que eu desejara porque o importante não é viajar mas sim estar num lugar. Ir de um lugar a outro é o menos importante. Viajar é outra coisa muito diferente de fazer turismo e, sobretudo, é outro modo de estar. O meu não é uma viagem interior mas sim uma forma de ver e de sentir. Neste sentido, coincido com Pessoa: "viajar é também sentir".“José Saramago: ‘Soy mucho más ibérico que antes”, Cambio 16, Madrid, nº 1229, 12 de Junho de 1995In José Saramago nas Suas Palavras

Nós somos muitas coisas, mas somos sobretudo a memória que temos de nós mesmos, e o diário, nesse sentido, é uma espécie de ajuda à memória.“José Saramago: ‘Nosotros somos sobre todo la memoria que tenemos de nosotros mismos”, La Provincia, Las Palmas de Gran Canaria, 20 de Julho de 1997In José Saramago nas Suas Palavras

No fundo, um diário pode ser entendido como o romance de um único personagem, que é a pessoa que o está a escrever, porque tudo passa pelo seu olhar, pela sua própria sensibilidade, pelos seus conceitos de vida e do mundo.“José Saramago: ‘Nosotros somos sobre todo la memoria que tenemos de nosotros mismos”, La Provincia, Las Palmas de Gran Canaria, 20 de Julho de 1997In José Saramago nas Suas Palavras

Toda a minha obra pode ser entendida como uma reflexão sobre o erro. Sim, sobre o erro como verdade instalada e por isso suspeitosa, sobre o erro como deturpação intencional de factos, sobre o erro como ilusão dos sentidos e da mente, mas também sobre o erro como ponto necessário para chegar ao conhecimento.“Soy un grito de dolor e indignación”, ABC (Suplemento El Semanal), Madrid, 7-13 de Janeiro de 2001In José Saramago nas Suas Palavras

Os defeitos do sistema democrático, a sua incapacidade para mais além de uma cerimónia mais ou menos ritualista, essa democracia que se reduz ao formal e é incapaz de ganhar uma substancialidade visível... Tudo isto são males de raiz, portanto pouco têm a ver com os acontecimentos de referência, estes ou outros. O Ensaio sobre a Lucidez é uma reflexão sobre a democracia, e escrevi-o para que o fosse, é-o de maneira radical, isto é, tenta chegar à raiz das coisas.“Soy un comunista libertario”, El País, Madrid, 26 de Abril de 2004In José Saramago nas Suas Palavras
01 Fev, 2011

Moralmente doentes

Já não há indignação espontânea, que é a boa, a verdadeira indignação. Existe uma doença do espírito: o mal da indiferença dos cidadãos. Estamos todos moralmente doentes.“José Saramago: ‘El mundo se está quedando ciego”, La Verdad, Murcia, martes 15 de Março de 1994In José Saramago nas Suas Palavras

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